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Combustíveis sustentáveis podem ajudar a sua viagem a proteger o planeta

Combustíveis sustentáveis podem ajudar a sua viagem a proteger o planeta Combustíveis sustentáveis podem ajudar a sua viagem a proteger o planeta Combustíveis sustentáveis podem ajudar a sua viagem a proteger o planeta

Por: Marina Eicardi


A indústria da aviação trouxe inúmeros benefícios ao nosso mundo, incluindo a capacidade de viajar longas distâncias em pouco tempo, possibilitando o comércio internacional, trocas de experiências, integração entre várias partes do mundo. No entanto, com esses benefícios vêm os custos ambientais. A indústria da aviação é responsável por uma quantidade significativa de emissões de gases de efeito estufa, que contribuem para as mudanças climáticas. Neste post, discutiremos sobre os impactos da aviação nas emissões de gases de efeito estufa.

Contribuição das viagens aéreas para as emissões de gases de efeito estufa

A indústria da aviação contribui para as emissões de gases de efeito estufa através da queima de combustível dos aviões, em especial o querosene, que libera dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. De acordo com a Agência Internacional de Energia ([AIE](https://www.iea.org/)), a aviação foi responsável por 2,5% das emissões globais de CO2 em 2019, e a previsão é de que essa proporção aumente nas próximas décadas, devido ao aumento do tráfego aéreo.

Além disso, a contribuição da indústria da aviação para as emissões de gases de efeito estufa vai além do dióxido de carbono. Outras emissões produzidas por aeronaves, como óxidos de nitrogênio (NOx) e vapor d'água, também contribuem para as mudanças climáticas. Quando liberadas em altitudes elevadas, essas emissões podem ter um impacto ainda maior no meio ambiente e no clima.

Esforços para diminuir esse problema

Para reduzir o aquecimento global e evitar mais mudanças climáticas, é necessária uma redução das emissões de CO₂. Um dos esforços mais significativos é o desenvolvimento e uso de combustíveis de aviação sustentáveis (SAFs). Os SAFs são feitos a partir de fontes renováveis, como resíduos agrícolas e óleos vegetais, e têm uma pegada de carbono menor do que o combustível de aviação tradicional, além de reduzir outras emissões nocivas, como material particulado e enxofre. O uso de SAFs poderia reduzir a pegada de carbono da aviação em até 75% em comparação com o combustível de aviação tradicional ([KLM, 2023](https://www.klm.com.br/information/sustainability/sustainable-aviation-fuel)).

Além disso, as companhias aéreas começaram a investir em aeronaves mais eficientes em termos de consumo de combustível, o que também ajuda a reduzir as emissões. Essas aeronaves podem voar distâncias mais longas usando menos combustível, o que reduz tanto as emissões quanto os custos. O uso de sistemas de controle de tráfego aéreo e rotas de voo mais eficientes também são alternativas para reduzir as emissões.

Regras de proteção ambiental

Governos ao redor do mundo implementaram regulamentações para reduzir o impacto da indústria da aviação no meio ambiente. O Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia (*EU ETS*), por exemplo, exige que as companhias aéreas comprem créditos de carbono para compensar suas emissões ([EPA, 2023](https://www.epa.ie/our-services/licensing/climate-change/eu-emissions-trading-system-/)). Além disso, a Organização da Aviação Civil Internacional (*[OACI](https://www.icao.int/Pages/default.aspx)*) estabeleceu metas para reduzir as emissões da indústria da aviação, como alcançar o crescimento neutro em carbono até 2020 e reduzir as emissões em 50% até 2050.

O Brasil é um país membro da OACI e é representado pela [Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)](https://www.gov.br/anac/pt-br). A autoridade de aviação civil atua na proteção ambiental por meio da aplicação de regulamentos e normas que devem ser cumpridas. Dentre eles, o [RBAC nº 34](https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/rbha-e-rbac/rbac/rbac-034), é o regulamento que estabelece os requisitos relativos a prevenção de drenagem intencional de combustível de aeronaves com motores a turbina, o qual adota integralmente os requisitos de certificação e os limites de emissões de gases poluentes estabelecidos pela OACI.

Mudanças climáticas, aviação e pandemia

Um estudo realizado por Volker Grewe et al. (2021) apresentou uma avaliação dos cenários de emissões de gases de efeito estufa da aviação, com base nas tendências históricas de crescimento do tráfego aéreo, as melhorias na eficiência energética das aeronaves e os impactos da pandemia COVID-19. O estudo concluiu que a aviação é uma fonte significativa de emissões de gases de efeito estufa e um desafio para a redução das emissões globais. Além disso, os autores destacam a importância de medidas efetivas, como a adoção de biocombustíveis, tecnologias mais eficientes e políticas de precificação de carbono, para a redução das emissões de gases de efeito estufa na aviação e o cumprimento das metas climáticas globais estabelecidas no Acordo de Paris. O artigo enfatiza que os efeitos da pandemia COVID-19 nas emissões de gases de efeito estufa da aviação foram temporários e não devem ser vistos como uma solução para a redução das emissões a longo prazo.

Desafios

Apesar dos esforços da indústria da aviação para reduzir seu impacto no meio ambiente, ainda há desafios a serem superados. Um dos desafios é o alto custo de desenvolvimento e produção de SAFs. Os SAFs são atualmente mais caros do que o combustível de aviação tradicional, o que dificulta para as companhias aéreas justificar seu uso. Além disso, a infraestrutura para produzir e distribuir SAFs ainda não está totalmente desenvolvida, o que limita sua disponibilidade.

Outro desafio é a falta de regulamentações globais para as emissões da aviação. Embora alguns países tenham implementado regulamentações para reduzir as emissões da aviação, outros não o fizeram. Isso cria um conjunto variado de regulamentações que pode ser difícil para as companhias aéreas navegar.

Futuro

A indústria da aviação desempenha um papel significativo nas emissões globais de gases de efeito estufa. Embora tenham sido feitos esforços para reduzir seu impacto, ainda há um longo caminho a percorrer. Como consumidores, também podemos fazer nossa parte escolhendo opções de viagem mais sustentáveis, como trens ou ônibus, sempre que possível. Juntos podemos ajudar a mitigar o impacto da aviação global nas emissões globais de gases de efeito estufa e trabalhar em direção a um futuro mais sustentável.

Referências

ANAC. Agência Nacional de Aviação Civil. Disponível em: https: //www.gov.br/anac/pt-br

ANAC. Agência Nacional de Aviação Civil. Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil: RBAC nº 34, de 01 de dezembro de 2021. Disponível em: https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/rbha-e-rbac/rbac/rbac-034.

EPA. Environmental Protection Agency. EU Emissions Trading System. Disponível em: https://www.epa.ie/our-services/licensing/climate-change/eu-emissions-trading-system-.

GREWE, Volker et al. Evaluating the climate impact of aviation emission scenarios towards the Paris agreement including COVID-19 effects. Nat Commun, v. 12, n. 3841, p. 1-10, jun. 2021. DOI: https://doi.org/10.1038/s41467-021-24091-y

ICAO. International Civil Aviation Organization. Disponível em https://www.icao.int/Pages/default.aspx.

IEA. International Energy Agency. Disponível em: https://www.iea.org/.

KLM. Royal Dutch Airlines. Sustentabilidade: Combustível Sustentável para Aviação. Disponível em: https://www.klm.com.br/information/sustainability/sustainable-aviation-fuel.

LEE, David et al. Aviation and global climate change in the 21st century. Atmospheric Environment, v. 23, n. 22-23, p. 3520-3537, jul. 2009. DOI: https://doi.org/10.1016/j.atmosenv.2009.04.024

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